Amputação congênita- Relato de caso




Vou abordar, nesta postagem o drama e a superação de Vanessa e seu filho Enzo Gabriel; diagnosticado com brida amniótica, que resultou em uma amputação, durante a gestação.
A Síndrome da brida/banda amniótica, também conhecida como bandas de constrição congênita, gerada pela retenção de anéis fibrosos, presentes no saco amniótico no útero.
O saco amniótico é composto por camadas, a interna que está perto do feto, denominada de âmnio, onde o mesmo flutua no liquido amniótico; já a camada externa, é o córion, pois reveste o útero.


Estudos mostram, que esta síndrome ocorre devido a ruptura do âmnio (camada interna), e assim, as bandas fibrosas flutuam no então, liquido amniótico, levando ao aprisionamento do feto, como pernas, braços, dedos e etc. Após, ocorrerá o desenvolvimento fetal, porém a região acometida pelas bandas, não se desenvolverá, reduzindo a circulação sanguínea.


As consequências são:
>Linfedema congênita (edema da extremidade distal)
>Amputação congênita de membros superiores e membros inferiores
>Deformidades de pescoço, face, fenda palatina, lábio leporino
-Incidência: a síndrome acomete, cerca de 1 em cada 1200 nascidos, responsável por 180 abortos dentro de 10.000.

   -Etiologia: não há motivos concretos, para que ocorra essa síndrome, alguns especialistas explicam esta relação com as contrações uterinas, descolamento de placenta.
   -Diagnóstico: ultrassom morfológico, ultrassom transvaginal. Com 12 semanas, já é possível identificar as alterações.

Vanessa e Vinicius, se conheceram em 2005, no ambiente de trabalho e depois de trocarem telefones e mensagens, se casaram.
Por 10 anos, o casal tentava ter um filho, decidiram então, procurar por um médico, para entender o real motivo, da criança não chegar.


Na semana anterior ao aniversário de Vinicius, Vanessa descobriu a gravidez, após realizar um teste no posto de saúde. A alegria foi tão intensa, que ela comemorou com os enfermeiros e aproveitou para iniciar o pré-natal.
Vanessa preparou uma surpresa para o marido: colocou o seu teste de gravidez, em uma caixa decorada e entregou-lhe em seu local de trabalho; emocionados comemoraram muito, e iniciaram os preparativos.


No quarto mês de gestação, através do exame de ultrassonografia, foi detectado que o bebê não desenvolveu o pé direito. A médica diagnosticou, essa amputação congênita como “brida amniótica” (explicada no inicio deste texto).
Depois do sexto mês de gestação, o ultrassom seria realizado semanalmente, para investigar  se a  brida teria lesionado o menino novamente.


Neste período, Vanessa teve hemorragia e foi hospitalizada com diagnóstico de descolamento de placenta.
Com Vanessa internada, foi cancelado o chá de bebê e o ensaio fotográfico; porém Vinicius lhe preparou uma surpresa: levando uma fotografa, realizou o ensaio na maternidade; foi um dia de muita emoção. 








Ela teve alta, após duas semanas, mantendo repouso em casa. Como estava com dilatação o médico optou por retardar o parto, através de injeções. Mas as dores e a dilatação continuaram  e no dia 3 de outubro de 2016, nasce Enzo Gabriel; com saturação baixa e baixo peso, sendo necessário, colocá-lo em ventilação mecânica.
Dois dias após o parto, o bebê foi colocado no método canguru (contato pele a pele entra mãe e bebê prematuro), depois de 36 dias de incubadora, Enzo  seguiu para o berço sob os cuidados de sua mãe, que internou novamente, por uma semana, para adaptar o bebê na amamentação.




Quando Enzo teve alta, toda família optou por ir a uma igreja, agradecer a este milagre.
Durante o primeiro ano de vida de Enzo, tudo aconteceu normalmente, não precisou retornar ao hospital; apenas visitas de rotina e sessões de fisioterapia semanalmente.





“Este é o Enzo Gabriel com 18 dias de vida. Ele estava se alimentando, através de sonda pelo nariz. Na mãozinha estava passando os medicamentos necessários, pelo acesso; para termos alta rapidinho. Estivemos internados por 46 dias; meu guerreirinho, nasceu de 29 semanas e 3 dias, exatos 7 meses de gestação. Por conta do descolamento da placenta, logo depois, a bolsa estourou para dentro e tivemos infecção. Antes de tudo isso, aos 4 meses de gravidez, descobrimos que ele seria mais especial em nossas vidas; um liquido conhecido como brida amniótica vazou e se formou várias tiras penduradas em minha placenta, com isso, enroscou-se no pé direito do Enzo, causando a amputação. Por isso, chamo meu bebê de Guerreiro, pois ele é a pessoa mais forte que conheci e hoje vendo meu grande homem engatinhar normalmente, subir “nas coisas”, sei que Jesus não poderia ter me enviado anjo melhor. Obrigada meu Pai, pelo meu presente. ENZO TE AMO!”
Vanessa





*Dúvidas, entrem em contato por aqui nos comentários ou  via e-mail rapha.paiva90@gmail.com


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